LUNA & EU









O meu motivo



Uma labradorazinha linda, que a cada dia me dá mais trabalho e mais alegria! LUNA: o motivo e o tema central desse blog.



Desde que Luna chegou, todos os dias tenho histórias divertidas. O objetivo deste blog não é só compartilhar as minhas risadas, as minhas emoções, os meus sustos, as minhas dúvidas e o meu amor por ela. O objetivo é, principalmente, registrar esses momentos; não quero que o tempo os apague da minha memória... Anotações em um papel poderiam ser perdidas... Um "bloquinho" virtual é mais seguro e menos egoísta.



Sejam bem-vindos ao meu bloquinho de anotações...


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Compartilhando emoções...

Algumas coisas nos tocam de uma maneira tão peculiar, que não podem ser guardadas; precisam ser compartilhadas para que toquem também o coração de outras pessoas.

Foi o que aconteceu hoje, com uma mensagem que recebi de Luciana Tognolli. Com a permissão dela, compartilho com vocês a delicadeza das palavras abaixo e aproveito para dizer a você, Lu, que só pessoas muito iluminadas conseguem transformar tão bem sentimentos em palavras. Obrigada. Um beijo.

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De: Luciana Almeida Tognolli


Enviada em: sexta-feira, 29 de janeiro de 2010 11:16

Para: Tatiane Aline do Carmo e Melo

Assunto: Para ler quando tiver tempo. (Luna e você)



Tati,

Ontem à noite enquanto baixava temporadas de Lost li seu blog.

Inevitável. Todas as coisas que se referem à delicadeza, à essência, e ao amor puro me fazem pensar em minha mãe. Quando eu tinha apenas oito anos eu a via lavar saquinhos vazios de leite antes de jogar fora, e, indignada, perguntava a ela a razão daquilo. Ela, com a maior simplicidade, me respondia que se alguém precisasse dele, já estaria limpo. E eu, em minha ignorância, ficava com uma cara de ponto de interrogação me perguntando quem poderia precisar daquilo. Cascas de frutas, legumes e ovos, ela sempre usou para adubar plantinhas (muitas e muitas plantas). E ela organizava o lixo de casa de forma que uma coisa não sujasse a outra (!!!).

Hoje, em 2010, é o que se tenta fazer pelo planeta. Mas isso, que ela já fazia, por desejo próprio, ainda era em 1980. Assim ela sempre foi com animais, que entre cães, gatos, pintinhos e tartarugas, creio que deva ter tido uns 30. Cada um com sua história, suas dores e alegrias. Catou na rua, ganhou, comprou, tratou, deu nome e amor. E eu passei a vida tentando entender que relação era aquela que parecia ver nos bichinhos mais valor que em muita “gente”.

Quando ela faleceu, logo uns dias após completar 56 anos, eu fiquei com os bichinhos dela:

Agatha, uma Schnauzer;
Belinha, uma vira-latas pretinha;
Samantha, uma gatinha;
e Sol, a tartaruga.

Pensei que ia enlouquecer. Até porque, TODOS eles adoeceram. A Ágatha teve diabetes e ficou cega em dois meses. A Belinha teve uma doença de pele horrorosa que fez com que perdesse todo o pelo. Samantha teve tumor na cadeia mamária toda, e a Sol ficou sem comer por cinco meses, enfiada dentro d’água. Estes bichinhos são um resumo da devastação pela qual passamos ao ver partir aquela criatura feita para o cuidar docemente de todos, dilacerada pela indiferença e brutalidade.

Quando li em seu blog o relato sobre a cachorrinha que deixou em São Paulo, e sua descoberta deste amor incondicional através da Luna, logo me veio aquele sentimento que aprendi a ter e que, a cada dia, me faz lembrar de quanto ignorei coisas tão essenciais durante anos. A relação de afeto, a dependência em relação a nós “humanos”, os pulinhos e lambidas ao nos receber, a humildade de comer, beber água e dormir nos horários que determinamos... Isso tudo me faz pensar que são seres que em seu silêncio e sua simplicidade podem nos ensinar como é possível amar gratuitamente, como relevar a intolerância alheia e como, apenas existindo, emanar tanta doçura e dedicação ao outro.

Hoje acredito que temos muito a aprender com eles. E os observo, rio de suas gracinhas, choro ao ver um bichinho cego se guiar pelas paredes e por minha voz, e divido com eles uma saudade sem fim, com a certeza de que compartilham a falta e as lembranças com mais aperto no coração que muitos seres que são considerados humanos.

Vida longa à sua Luninha e a este amor que deve te fazer um bem danado.

Um beijo,
Lu

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